Este
livro nasceu de uma pergunta de criança: “Porque é tão lento o caracol?” Luis
Sepúlveda, que na altura não soube responder ao seu neto Daniel, prometeu-lhe no entanto que
haveria de encontrar uma explicação. Cá está ela.
Aqui se conta a rebeldia de
um caracol que queria ter nome e não percebia a razão por que era tão lento.
Pediu ajuda ao mocho de olhos fechados. “Abro-os à noite e vejo tudo o que há;
durante o dia fecho-os e assim vejo tudo o que houve.”
Disse-lhe
a ave que era lento porque carregava um grande peso. Ela própria carregava lembranças que a
impediam de voar. O caracol não se convenceu e seguiu viagem.
Lentamente, muito lentamente. Seria um outro animal de igual lentidão, a
tartaruga, que lhe daria as respostas certas e as perguntas que lhe faltavam.
Foi também ela, que se chamava Memória, que batizou o caracol com o nome
Rebelde.
O
autor conta a história numa linguagem poética e o ilustrador ilumina-a com
expressividade e imaginação. Um ambiente bucólico percorre o livro, mas Paulo Galindro dá-lhe notas de humor. O caracol há de voltar a
casa, o País do Dente-de-Leão, mais sábio e corajoso. Com ele, os companheiros
vão saber finalmente o que é a liberdade. Mas devagarinho.
in Blogue "Letra pequena"
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