O mais famoso Carnaval do mundo é feito de uma magia e de um respeito pelas tradições que o tempo não consegue apagar. Em Veneza, os bailes de gala, as máscaras e fantasias que desfilam pelas ruas, encantam as gerações.
O Carnaval de Veneza é muito mais antigo do que se pensa. A festa foi instituída em 1094 (mesmo ano da consagração da Basílica de São Marcos) pelo doge Vitale Falier. Proveniente de uma das famílias mais potentes da cidade, Falier propôs que antes do início da quaresma, a população tivesse direito a usufruir de um período de jogos, brincadeiras e diversão pública. Não era uma novidade. Os romanos no passado já realizavam este tipo de festa, nos chamados dias Saturnali, quando festejavam o deus Saturno, com banquetes, sacrifícios e subversão dos papéis: os escravos tomavam o lugar dos patrões por um período.
A euforia do carnaval estava no papel social que ele incorporava: um momento de abandono da própria identidade. O anonimato permitia aos venezianos serem quem eles queriam pelo menos durante um período do ano. Os homens usavam a “baùta”, uma roupa com uma espécie de capa que cobria todo o corpo. O rosto era escondido por uma máscara branca triangular, com uma abertura que não os impedia de comer e beber, mas era suficientemente fechada para alterar até mesmo a voz de quem a usava. As mulheres usavam a “moretta” uma máscara preta de veludo oval. Porém, para elas reinava o silêncio, já que a moretta era encaixada no rosto por meio de um botão que devia ficar dentro da boca da mulher, o que as impedia de se expressarem.
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