(Escola Amiga da Criança)
– Perguntas, Heitor,
o que é um autor?
o que é um autor?
Um autor é um calor
que sobe por ti acima
quando te confrontam
com a autorima…
– Com a… autorima?!
– Perdão!, com a AUTORIA
(deslizei p’rà rima).
– Mas porquê calor,
meu caro Antenor?
– Há que respeitar,
há que ter cuidados
perante uma obra
dum senhor autor.
Vê o Amadeo,
um grande pintor,
ou o Cutileiro
que era um escultor,
ou o Saramago
que era um escritor,
ou a Lu Jocasta
que é uma cineasta,
ou o Anacleto
que é um arquiteto…
– Esses não conheço.
– Hás de conhecer.
Ou o Lopes-Graça,
um compositor,
ou o Silva Melo
que é encenador,
ou Olga Roriz
que é coreógrafa.
– Core… o quê?
– Ou aquele letrista
que é o Carlos Tê,
ou o João Cantor…
– Esse não conheço.
– Esse não conheces?!
Hás de conhecer.
Todos esses são
afinal autores.
E outros autores há,
como os cientistas
quando escrevem livros
sobre descobertas.
Ou os inventores
quando inventam algo,
registam patente
para que ninguém
lhes roube a ideia.
– Ai que coisa feia!
– Vou ao dicionário
(uso o Priberam)
e o que leio lá
é uma coisa assim:
“Aquele que cria ou produz
(por faculdade própria);
a pessoa que escreve obra;
o artista que faz um trabalho;
aquele que inventa
ou é causa primeira
de uma certa coisa.”
Aqui estás a ver
o que é um autor.
Mas já que hoje é Dia
do Autor Português,
deixo-te um apelo:
vê bem, nunca cites
sem dizeres a fonte,
sem dizeres o autor;
não digitalizes,
não fotocopies
sem autorização.
Que isso é um atentado
aos direitos do autor.
Pode ser dito e feito
mas é um desrespeito –
o que faz um autor
tem muito valor!
Percebeste, Heitor,
o que é um autor?
– Acho que entendi,
meu caro Antenor.
– Então, neste dia,
não deixes, amigo,
de pensar um pouco
nos nossos autores.
O que lhes devemos
é realmente muito.
Vou-me embora agora,
caríssimo Heitor.
Tenho ’inda de ir ler
uns certos autores.
– Pois até à próxima,
meu caro Antenor.
A tua “lição”
foi mesmo de autor.
Só não percebi
o que é coreógrafa.
– Vai ao dicionário,
mas muita atenção
que o dicionário
também tem autores.
Adeus, caro Heitor.
– Adeus, Antenor.
João Pedro Mésseder
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