(Escola Amiga da Criança)
Querida Europa, hoje é o teu dia, os meus parabéns! A minha prenda é este belo retrato que Pessoa de ti fez, na “Mensagem” (como já Camões e Miguel de Unamuno tinham traçado os deles, também em poesia). Ele evoca matrizes tuas, ora escuta: “A Europa jaz, posta nos cotovelos: / De Oriente a Ocidente jaz, fitando, / E toldam-lhe românticos cabelos / Olhos gregos, lembrando.”
Vem-me à memória, a propósito, aquele livrinho magnífico do George Steiner intitulado “A Ideia de Europa”, com o qual tantas coisas aprendi sobre ti e sobre a tua identidade (ou talvez devesse dizer: sobre as tuas identidades).
Querida Europa, uma das coisas que aprendi foi a não aceitar que usurpes hoje um nome que é de tantos, incluindo a Suíça e a Noruega e o Reino Unido e o Liechtenstein e Andorra e a Islândia e a Bielorrússia e a Rússia e não sei quantos mais que não quiseram fazer parte da União Europeia.
E a propósito de estados, querida Europa, a segunda coisa que te quero recomendar é que respeites a independência e soberania de todos e de cada um dos países que constituem a União, e daqueles que a ela não pertencem. Um território extraordinariamente rico, belo e calcorreável, tão diverso e, em certos aspetos essenciais, tão uno (como Steiner ensinou). (...)
João Pedro Mésseder
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