Uma língua é o lugar donde se vê o mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que ia de nós.
Vergílio Ferreira, «A Voz do Mar», in Espaço do Invisível 5, Lisboa, Bertrand, 19
Sem comentários:
Enviar um comentário